quinta-feira, fevereiro 28, 2008

Memória

"Os Gregos da época arcaica fizeram da Memória uma deu­sa, Mnemosine. É a mãe das nove musas que ela procriou no de­curso de nove noites passadas com Zeus. Lembra aos homens a recordação dos heróis e dos seus altos feitos, preside a poesia lírica. O poeta é pois um homem possuído pela memória, o aedo é um adivinho do passado, como o adivinho o é do futuro. É a testemunha inspirada dos "tempos antigos", da idade heróica e, por isso, da idade das origens.

A poesia, identificada com a memória, faz desta um saber e mesmo uma sageza, uma sophia. O poeta tem o seu lugar entre os "mestres da verdade" [cf. Detienne, 1967] e, nas origens da poética grega, a palavra poética é uma inscrição viva que se ins­creve na memória como no mármore [cf. Svenbro, 1976]. Disse­se que, para Homero, versejar era lembrar.

Mnemosine, revelando ao poeta os segredos do passado, o introduz nos mistérios do além. A memória aparece então como um dom para iniciados e a anamnesis, a reminiscência, como uma técnica ascética e mística. Também a memória joga um pa­pel de primeiro plano nas doutrinas órficas e pitagóricas. Ela é o antídoto do Esquecimento. No inferno órfico, o morto deve evi­tar a fonte do esquecimento, não deve beber no Letes, mas, pelo contrário, nutrir-se da fonte da Memória, que é uma fonte de imortalidade.

Nos pitágoricos, estas crenças combinam-se com uma doutrina da reencarnação das almas e a via da perfeição é a que conduz a lembrança de todas as vidas anteriores. Aquilo que fa­zia de Pitágoras, aos olhos dos adeptos destas seitas, um ser intermediário entre o homem e Deus, pelo fato de ter conservado a lembrança das suas reencarnações sucessivas, nomeadamente da sua existência durante a guerra de Tróia sob a figura de Euforbo que Menelau tinha morto. Empédocles também lembrava: "Va­gabundo exilado da divina existência ... fui outrora um rapaz e uma rapariga, um arbusto e um pássaro, um peixe que salta para fora do mar ... " [em Diels e Kranz, 1951,31, B.115 e 117]. " Le Goff

sexta-feira, fevereiro 22, 2008


O ÍNDIO VELHO CANTA SUA CANÇÃO NO RITMO DOS INSTRUMENTOS
QUE COMPÕEM O SAGRADO DE SUA CANÇÃO
QUE CURA POR DENTRO E FAZ O VENTO LEVAR
O QUE NÃO PRESTA DENTRO.
FORA

A FOGUEIRA QUEIMA OS RESQUÍCIOS DO QUE PASSOU
CORTANDO...

SATÉLITES

E passaram um, dois, três, quatro, cinco,
seis, sete, oito ... quinze anos...
acordei assustada daqueles sonhos tumultuados,
cheio de gente estranha, que nunca me entendia,
não me viam.,e estava ali, atrás da cortina da sala,
olhando para baixo do prédio alto.
Sem saber o que dizer,
só pensando no que e quem seria nesse dia,
de lua cheia, céu estrelado e montes de satélites
contornando minha cabeça!

quinta-feira, fevereiro 14, 2008

Célia Regina

Mulher com olhos pequenos e brilhantes de menina, ansiosa risonha, com sonhos e flores ao redor.
Ideal libertário, anarquista nata, daquelas que entendem o significado, mas não se adaptam ao mundo, as perdas, a rejeição sofrida...
"Homus Coguttis"
Família é aquela que apóia, que te levanta quando se esta caído,
muitas vezes a amiga é a melhor irmã.
O que se passava naquela cabeça pensante e naquele coração cheio de amor e feridas?
Entregou-se solitária na confusão do reduto dos desviados, buscando não sentir o que muitas vezes não conseguiu verbalizar.
Célia, qual o significado de seu nome?
Sua existência, seu espírito agora liberto.
Paz luz e muito amor nessa fase espiritual.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

Correnteza

Olhando para o mar,
sentada no colchão branco de suas areias,
Netuno enviou e Iemanjá trouxe,
com suas águas e energia protetora
aquele que me faz sorrir...

sábado, fevereiro 09, 2008

LUTO

"Em outras palavras, o objeto do luto é sem "uso": seu objeto reside além de toda utilidade. É intransferível - já que o luto recusa qualquer transação ou negócio, qualquer substituição; o luto, ao contrário do mercado, não admite metáfora. Transita fora da lógica do valor de uso e do valor de troca, e instaura, por assim dizer, um terceiro valor: o valor da memória, valor de puro afeto, um antivalor, pois se substitui a qualquer troca" (AVELAR,1994)

sexta-feira, fevereiro 01, 2008

CARNAVAL

Carnaval, confete e serpentina
abre alas que eu quero passar!!!
Mamãe eu quero, mamãe eu quero,
mamãe eu quero mamar...
Beber cair e levantar...
beber cair e levantar...
...quem é vc?
sou amor sou esperança,
sou mangueira até morrer!!!

carnes contorcidas
num molejo de bem querer
mulatas enaltecidas
todas as cores,
suores
prazeres sem lei

Passarelas, avenidas,
becos de travessuras

Sussurros e propostas
infernais!!!

Adereços
cantorias

e

HOLOCAUSTO

sem liberdade de expressão!
Hitler arrependido?
e os cofres públicos
sustentando a mamata
da minoria...

Bebamos,
esqueçamos
por três dias
as misérias da vida

afinal de contas:
hoje eu vou tomar um porre
não me socorre que eu to feliz!
Hoje eu vou de bar em bar
Viver a vida que sempre quis!!!!