terça-feira, dezembro 06, 2011

Deixa para AMANHÃ

Não sabemos quando pode ser o último dia de nossas vidas,
mesmo assim na maioria das vezes acreditamos numa vida "eterna",
como se fossemos perdurar por muitos anos além daquele dia em que estamos vivendo. Assim, com essa crença ingénua deixamos os dias passarem com a certeza de um amanhã que se afoga em incertezas sobre sua própria vida. Aquela pessoa que vc programou encontrar, aquele filme em cartaz que deixamos para a próxima semana, aquele elogio ou crítica que deixamos de fazer, aquela comidinha saborosa que deixamos de comer para não engordar, enfim, uma infinidade de coisas e situações que adiamos para o amanhã...
Começo a imaginar como as pessoas agiriam se não tivessem mais essa "certeza" do amanhã. Provavelmente, e como a humanidade é "provável", deixariam de trabalhar, começariam a fazer loucuras reprimidas, seguir seus instintos, sendo eles selvagens ou não, diriam o quanto amam ou odeiam alguém e não se preocupariam mais em guardar ou acumular coisas materiais, tudo isso não faria o menor sentido sem essa "certeza".

Palavras já ditas ou pensadas com uma nova ressignificação da VIDA!

quinta-feira, novembro 24, 2011

Almódovar

A pele que habito não é mais aquela que vestia anos atras...
sem capa, sem saia, sem véu.
A pupila dilatada e o medo do outro que me captura.

Como resistir a pele do outro?

Que outro é esse que me veste?
Que investe no que digo, no que penso, no que visto e revisto todos os insistentes dias que passo tentando desvendar até que ponto eu sou eu mesma com o passar das horas.

INHOTIM é minha disneylandia!!!!!


Homenagem a Louise Bourgeois



Texto testo textura
de sentidos, forma e gestos
incontidos ou reprimidos
extrapolando em meu corpo,
em minha mente.

A arte refletindo quem a vê,
deformando a realidade expandida dentro de si,
assustando por não ter voz ou classificação,
apenas sentido, sentimento sem nome, sem cor ou paixão.

quarta-feira, setembro 28, 2011

Citações "...."


"... Nosso presente não deve se definir como o que é mais intenso: ele é o que age sobre nós e o que nos faz agir, ele é sensorial e é motor; nosso presente é antes de tudo o estado do nosso corpo. Nosso passado, ao contrário, é o que não age mais, mas poderia agir, o que agirá ao inserir-se numa sensação presente da qual tomará emprestada a vitalidade." BERGSON

terça-feira, setembro 13, 2011

Fabiana


Tem dias que...
passo
distraída, quase invisível pelo mundo.
Carrego alegrias, saudades esquecidas e uma pontada no peito.
Rangendo,
abrindo e fechando.
Aquela porta,
aquele sorriso que... me paralisa.
aquela história que me contou,
da sua vida,
da sua infância,
que me fez destroçar por dentro um vendaval que deixou tudo fora do lugar,
nomes, pessoas, atos e fé...
Eu lá, eu aqui, você ai,
e sem poder fazer nada,
pedi abrigo,
peço abrigo até hoje quando choro a sua ausência...

Minha irmã.

quinta-feira, agosto 11, 2011

Dia de roteiro para woody Allen com direito a nevoeiro.



Noite de domingo, resolvi tentar dormir cedo quebrando a regra que me é natural...
Vira para cá, joga travesseiro para lá, zumzum de mosquito passeando pelo ar.
Lá pelas tantas na tentativa frustrada de uma noite de sono para o compromisso do dia seguinte finalmente consigo dormir um pouco, mas logo logo acordo assustada com o pesadelo. Ia ver um filme que havia pego na sexta-feira mas acabei não vendo me preservando, mas o "Ritual" aconteceu no meu sonho" mesmo, onde uma amiga que tenho como irmã apareceu do nada em cima de mim com uma cara de possuída tentando me sufocar... cruzes!!!!
... Sigamos....
Banho, roupa, bolsa e gato. Enquanto escovava meus dentes ouvi o rádio de algum vizinho sinalizando o meu possível atraso: "A barca esta funcionando lenta devido ao forte nevoeiro" Alguma coisa assim... Rumo as barcas SA mais apressada ainda. Chegando lá me deparei com uma fila gigante. Após espera, iniciamos a viagem Niterói/Rio. Me direcionei para a parte da frente, próxima de onde seria o desembarque. Enquanto falava no celular começou um corre corre doido na direção contrária. Desliguei imediatamente e olhei para a janela lateral das barcas tentando visualizar o que poderia estar tão errado ao ponto de me fazer pensar que o meu dia final teria chegado. Avistei a lateral de um navio cargueiro gigante, que para eu ter conseguido ver, realmente a colisão com ele naquela velocidade já seria suficiente para fazer um grande estrago.
....seguindo.....
Não me importava mais com o atraso, de perder o carro, de ter que esperar o nevoeiro passar para voltar para casa, não me importava mais com nada, o que viesse era lucro, e eu estava ali, perplexa e viva!
Só cheguei dez minutinhos atrasada, metrô nessas horas funciona bem para variar.
Conheci Vassouras, fui ao encontro da REM numa visita técnica ao Museu da Hera, foi surpreendentemente bom! Fiz coisas que nem me passaram pela cabeça naquele dia, visita guiada pela casa da Eufrásia, viagem no tempo do café, contação de história, curta em esteira com direito a pipoca e refri, jardim eco cultura, onde podemos regar, plantar muda e saborear uma deliciosa limonada de limão galego, acha que acabou? eu tb achei, mas ainda fizemos uma trilha e lá estava a maior surpresa do dia para mim ao menos, uma roda de Jongo! Até dançar na roda eu dancei. Não tenho palavras para traduzir aquela energia no meio do bambuzal.
Túnel de bambu, muda e verduras para levar para casa, o máximo! Só encontramos isso em Vassouras... Fiz amizades, ri bastante e voltamos juntos com o carro institucional, o mesmo grupo da ida, com o mesmo motorista. No caminho, adivinhem só? A embreagem do carro parou de funcionar e descemos a serra com a mesma marcha, até chegar num engarrafamento na linha vermelha e ter que parar o carro. Espera, fome, risos, xixi no batalhão mais próximo:)
Reboque até São Cristóvão e resolvemos seguir só com a mesma marcha até o Catete, lugar de origem da viagem. Todos sem abandonar o barco, unidos naquele dia cheio de surpresas. As 21h, com direito a aplausos e vaias na calçada, chegamos sorrindo da visita que teria retorno as 17h. Nos despedimos todos com a sensação de missão cumprida e mais histórias para contar.

sábado, agosto 06, 2011

"A mulher de trinta anos" Balzac

"Cem vezes durante o dia, cem vezes durante a noite, um arrepio percorre minha mente, meu coração e meu corpo quando uma lembrança muito debilmente combatida traz-me as imagens de uma felicidade que imagino maior do que é. Essas cruéis fantasias fazem empalidecer meus sentimentos e digo a mim mesma: Que teria sido a minha vida se...?"

quarta-feira, maio 25, 2011



terça-feira, maio 10, 2011

"O enigma das cartas"









O QUANTO PODEMOS NOS CONECTAR?



COM OS ASTROS...



MERGULHANDO NO MAR.



O SOL OFUSCANDO A VISTA.



O ROSTO DE QUEM AMAMOS.




O GATO E SUA PUPILA DILATADA.




A FLOR DECOMPONDO...


A LUA







NO REENCONTRO


DO SABOR



DESAVISADO DA VIDA.




domingo, maio 08, 2011

Orificio



O oco

o desfecho

o quanto podemos enxergar de nós mesmos

na fenda

da

vida?

Perplexidades contemporâneas



Recentemente vi dois filmes que me surpreenderam em vários aspectos, do pessoal ao “universal”. O primeiro que assisti foi “Almas à venda”, que tenho indicado para os amigos como um filme divertido, inteligente e leve ao mesmo tempo. O protagonista é por si só engraçado. O roteiro aponta as falhas da biotecnologia quando é manipulada pelos homens e aonde podemos chegar brincando de deuses. Muita coisa pode acontecer quando nos sujeitamos a nos livrar de nossa alma, mesmo que por uma semana, e nesse sentido o tempo é muitoooo relativo! Os pesos saem de nossas costas, paramos de achar graça em pequenas bobagens, mas ao mesmo tempo o sentido da vida se perde como um pequeno grão de bico no mundo mercadológico. O segundo filme foi “ Irmãos de sangue” de Edward Norton, o filme inicia com uma aula de filosofia clássica para universitários em Nova York, o professor explica como o amor, a paixão é vista por Platão, e como o homem se ilude tentando achar um ponto de equilíbrio, a estabilidade tão sonhada e inalcançável por todos... Tudo muda de figura e narrativa quando ele e nós, ocasionalmente, somos levados ao interior dos EUA e ao reencontro com a família negada pelo professor, que antes parecia tão certo de suas escolhas e erudição. Ao se deparar com seu irmão gêmeo, poesia, drogas e futilidades, reconhece em seu “julgamento final” como as pessoas simples podem nos proporcionar os melhores momentos de nossas vidas. O que parece apenas uma escolha ganha outra dimensão quando reconhecemos que fugimos de nossas fraquezas do passado para sustentar a fortaleza de uma vida “nova”. Enfim, muita coisa vem a tona quando reconhecemos familiares e nos reconhecemos em alguns personagens dessas tramas cinematográficas... Boa noite!

sexta-feira, abril 29, 2011

Trocando em Miúdos - Chico Buarque e Francis Hime



Eu vou lhe deixar a medida do Bonfim
Não me valeu
Mas fico com o disco do Pixinguinha, sim!
O resto é seu




Trocando em miúdos, pode guardar
As sobras de tudo que chamam lar
As sombras de tudo que fomos nós
As marcas de amor nos nossos lençóis


As nossas melhores lembranças
Aquela esperança de tudo se ajeitar


Pode esquecerAquela aliança,
você pode empenhar
Ou derreter




Mas devo dizer que não vou lhe dar
O enorme prazer de me ver chorar
Nem vou lhe cobrar pelo seu estrago
Meu peito tão dilacerado




Aliás
Aceite uma ajuda do seu futuro amor
Pro aluguel


Devolva o Neruda que você me tomou
E nunca leu
Eu bato o portão sem fazer alarde
Eu levo a carteira de identidade
Uma saideira, muita saudade
E a leve impressão de que já vou tarde.

domingo, abril 03, 2011

OUTRORA

Ideias flutuantes Leves como algodão doce Vejo-te ao longe sorrio na ausência Pergunto-me aonde se esconde aquele amor de outrora que me embalava na frase grave da poesia Seus olhos reticentes com meu corpo agudo acentuando tudo que não há explicação.

domingo, março 27, 2011

A natureza é perfeita, e disso tenho certeza. Se o homem é sua extensão ele carrega um grau de sua perfeição. O que me deixa inquieta é até que ponto ele manifesta isso em sua vida, suas decisões e escolhas. me sinto frágil em vários momentos, mais segura, mas ainda frágil como uma louça antiga. Meu corpo me denuncia, não me deixa esquecer que há algo que não se encaixa, que ficou e permanece fora do lugar...

terça-feira, março 01, 2011

Raridade na TV aberta

Hoje voltei cansada da rua, acordei cedo para dar conta de tudo, reunião, almoço e UERJ.
Na volta chovia, eu sem guarda-chuva... até que foi bom, a quanto tempo não sentia a chuva.
Na ponte, engarrafamento e pensamentos a mil.
Recebi ligações, mandei mensagens, tive repostas, fiz negações, aceitações e tudo o que uma pessoa aparentemente normal faz no dia-a-dia.
ah! quando ia comer recebi um torpedo que me chateou, fiz minhas obrigações e fui deitar o mais rapidamente possível.
Fiquei pensando no escuro e o sono estava longe de aparecer. Resolvi ler, estou gostando da biografia do Lobão, agora já iniciei a fase "negra" do astro.
Deu vontade de fazer pipi:) e vi que a TV estava ligada, ah! não moro só.
Antes de desligar mas já descrente de antemão fiz uma rodada para ver a programação.
veja só a sorte, iniciou na TV Brasil, canal2 o Roda Viva com Ferreira Gullar, meu poeta preferido!!!
Ganhei o dia.
Exemplo de sanidade mental aos 80 anos.
Esperança de dias melhores.