domingo, maio 17, 2009

...

Estou amarrada, sem ponta, sem conta,
...
Nem mesmo sinto aquele perfume salgado
...
que lavava minha alma, diluia a tormenta
que persegue, que mata.
...
Já não duvido mais de nada e desconfio do amor.
...
Permanecer, onde? para quê?
Esperança é aquele bixo magrelo que pula verde no mato.
...

terça-feira, maio 12, 2009

Simplesmente feliz!!!

Era uma menina mulher que só queria fazer todos se sentirem felizes.
Quase ninguém permitia, nenhum adulto compactuava desse desejo infantil...
O que ela mais fazia era sorrir, até quando tudo parecia dar errado ela achava graça e não se deixava abalar.
Seus olhos brilhavam de uma luz que não se descreve. Era emoção, daquela que só se encontra na fonte.
Suas roupas sempre coloridas e divertidas, dessas que não costumamos ver nas ruas.
Seu exercício até torcer a coluna era pular livremente numa cama elástica.
Andava como um boneco de perna de pau!
No meio das crianças era como uma e todas ao mesmo tempo.
O arco-íris que pendurara no peito era colorido e encantou.
Terminou remando virada para o lado oposto do barco,
sorrindo...

segunda-feira, março 09, 2009

Homenagem às mulheres

"Nasci dura, heróica,

solitária e em pé.

E encontrei meu contraponto

na paisagem sem pitoresco e sem beleza.

A feiúra é o meu estandarte de guerra.

Eu amo o feio com um amor de igual para igual.

E desafio a morte.
Clarice Lispector

Guimarães Rosa

"Viver é um descuido prosseguido"

Despedida

Queria poder contar-lhe meus sonhos
deitar de sono leve e fazer cafuné até desmaiar enfeitiçada
Prazeres que vem e vão sem dizer adeus...
Mesmo sem promessas acreditamos e crescemos juntos
até onde podemos.
Agora somos sonho
a realidade
esvaiu...

segunda-feira, fevereiro 09, 2009

Oficina




Meu coração palpita e não sei bem para que lado ir.
Fico sonhando acordada sem sair do chão
Se tivesse asas estaria bem distante daqui,
Fugindo dos sentimentos tolos e fracassados que me fazem mal...
Quero alcançar o arco-íris e ir embora para sempre.
Caminhando nas nuvens que dissipam no ar como um espirro que traga prazer.
A aurora do tempo, o vento no rosto do balanço rangendo na árvore velha.
Tanta poesia, infindáveis belezas no mundo e me emociono com coisas que nem sei descrever.
A trouxa de retalhos que o Gregório ganhou de herança da avó,
a menina que veio de Recife e provou a passagem menina/mulher,
os apaixonados por Guimarães Rosa,
o canto da moça bonita,
os marrecos e os pássaros pelo jardim do museu,
as palmeiras que alcançam o céu protegendo-nos aqui na terra
do que pode desabar e nem sabemos.
Mistérios, signos, significação, mandalas e sons sem fim.
Notas de violino que contam histórias d’alma.
Olhares sutis a procura do profundo de cada um.
Contenho-me em dor, em alegria que brota quando não espero.
Como Clarice, sou muito ocupada, tomo conta do mundo.